Amar alguém, é viajar pra terra onde ninguém vai! Olá, meus amores, tudo bem com vocês? Começei o texto com um trecho de uma canção da cantora Paula Fernandes, porque a resenha é sobre amor e música. Cá estou para dizer a vocês que nem só de BL viverá o homem e como eu tenho um gosto diversificado, vamos de jdrama, mas antes, já assistiu seu BL hoje? Essa é uma frase e pergunta, da minha amiga e companheira de batente @vikagama que amo muito.
Bom meus queridos, devo dizer que a colunista enferrujada aqui é muito dramática, gosto de colocar as emoções em tudo que vejo, escrevo ou leio então, não se assustem se o drama for muito grande em meio ao texto.
O nosso destaque é FIRST LOVE, uma série japonesa lançada na Netflix, e que me chamou muita atenção. O drama é inspirado na canção do mesmo First Love, faixa do álbum “Hatsukoi” que em português é “Primeiro amor” da magnífica cantora japonesa Hikaru Utada.
Gênero: Drama romântico para tv
Classificação etária:+16
Episódios: 9
Duração: de 49 a 1h,3m
Elenco: Rikako Yag (Yae, adolecente) Taisei Kido (Hamiki, adolecente) Takeru Satoh (Hamiki, adulto), Hikari Mitsushima (Yae, adulta)
Vamos de resenha que o tempo nos espera e a emoção também. Essa história é marcante de várias formas, uma delas é a mente do ser humano, que às vezes pode involuntariamente causar muito sofrimento. Outra igualmente importante, é o coração, que insiste em registrar o que o cérebro tenta esquecer. Uma história de amor que marcou desde a juventude até a vida adulta dos personagens, mostrando como pode ser complexo um primeiro amor.
Yae Noguchi é uma garota estudiosa, que sonha em ser comissária de bordo, e valoriza bastante o esforço que sua mãe faz para criá-la sozinha, na sociedade japonesa, sem a presença de um pai. O destino dela se cruza com o Harumichi Namiki, um garoto hiperativo, desinteressado, que leva uma vida de baderna e confusões na escola.
Certo dia, indo de metrô para uma prova no colégio, Yae nota que um garoto a olhava intensamente, mas quando ela tentava fixar o olhar ao encontro do dele, o mesmo fingia não estar olhando. A gota adormeceu durante o percurso lendo um livro, e só despertou na chegada ao local. Namiki, o garoto impressionado com a beleza da jovem a sua frente, mesmo tímido e se mostrando não interessado, fez o possível para ser notado por ela nesse curto tempo, que foi um amor à primeira vista!

Um simples cruzamento de olhares foi o suficiente para fazer dois corações acelerarem em direção reciprocamente, e desperta a chama da paixão do amor à primeira vista, sendo considerado um marco raro entre os seres humanos hoje em dia.
Por quê? Bem, falando como modo pessoal da colunista, nos tempos de hoje, é muito raro as paixões intensas de primeiros momentos em que ambos se viram. Geralmente, um dos dois já viu o outro antes e deu aquela mexida de pauzinhos, para provocar um primeiro encontro.
A partir desse primeiro momento em que Yae e Harumichi se viram, seus corações estiveram em conexão, mesmo sem se dirigirem uma única palavra. E o garoto que antes não se importava com nada, desde o primeiro segundo de paixão, despertou em si um desejo de luta pra chegar até ela, pois como não sabia quem era e nem para onde iria a donzela, teve que usar suas artimanhas para descobrir como segui-la.
Entretanto, o modo que usou foi benéfico, só que não para ele, usou sua passagem de saída do metrô, colocando no livro da garota enquanto ela dormia, para que a mesma não perdesse o ponto de leitura, todavia, se esqueceu que precisaria do papel para chegar a seu destino. Foi uma ótima tática? Foi!
Porém, ele não descobriu naquele momento. Contudo, por sorte ou destino, estavam indo ao mesmo local fazer a mesma prova. Como Namiki conseguiu sair do metrô sem a passagem? Isso a produção não mostrou.
O que faz a paixão na vida de uma pessoa? Não se pode afirmar quais as ações dos apaixonados em geral por cada caso ser um caso, mas na vida de Harumichi foi um como um milagre, até sua família ficou impressionada. O menino adolescente que não tinha interesse algum com os estudos, do nada se tornou focado em aprender.
Virava a noite estudando para entrar em uma das melhores escolas de ensino médio do país. Claro que todo esse empenho tinha um objetivo, entrar na mesma escola de uma certa garota que ele conheceu.
Quando se é jovem não se pensa muito nas consequências de certos atos, ainda mais estando muito focado em conseguir algo e ainda mais difícil, que é conquistar alguém. O personagem principal Harumichi sempre observava Yae, fazia de tudo para estar próximo, provocando alguns encontros inusitados, coisas que os impulsos da adolescência os obriga fazer pelo chamado gostar.
Mas sua covardia não deixava ele se declarar, o que facilitava para outros garotos investirem na conquista da jovem. Como sempre há aquele lugar, onde tudo acontece longe dos olhos dos adultos, em um canto secreto no terraço do colégio, Harumichi sempre fumava escondido, curiosamente neste mesmo local, outros garotos marcavam para se declararem para Yae, que nunca disse um sim a nenhum deles.
Uma coisa bem legal dessa série são as formas simples de demonstração de amor, sem efeitos ou grande uso de tecnologias, mas com total intensidade nos atos de atuação. Uma dessas formas, é uso da culinária em uma pergunta bem simples, usada como código para saber se a jovem gostava ou estava afim dos garotos que a cortejava.
“ Qual sua comida favorita?” Essa é a parte em que o drama passa a ser emocionante. Certa vez, Harumichi fumando no terraço presenciou um menino fazer sua declaração usando o código culinário, só que, o oponente saiu correndo e Yae ficou no local, sabendo ser observada por alguém.
O fumante, notando ser descoberto, comentou que o garoto que fugiu antes da resposta, gostava de Yae, ao querer saber o que ela gostava de comer. Naquele momento, tudo mudou em questão de segundos, quando surpreendentemente, Yae perguntou qual era a comida favorita de Harumichi e depois de ele responder, ela saiu correndo.
Um branco passou pela cabeça de Harumichi, não se achava bom o bastante para uma garota linda como aquela, apenas a observava de longe, mas quando sua chance chegou, ele não entendeu. Precisou da ajuda e da opinião de amigos e família, para entender o recado, que a menina que ele gostava tinha sentimentos recíprocos e mesmo sem ele ter perguntado em voz, ela respondeu seus pensamentos com sim.
Estar focado em ter algo ou alguém, deseja conseguir, mas não saber como agir quando a hora da conquista chega, é algo que nós seres pensantes imaginamos só não sabemos quais reações.
Já que, o que Harumichi tanto esperou tinha acontecido e ele não tinha notado ou não queria acreditar, era hora de correr atrás do prejuízo. Buscar uma forma de se declarar para a garota, sendo que a ordem das coisas havia mudado, ela foi quem fez primeiro.
Essa não é uma coisa muito vista nos dramas, é geralmente dada ao sexo masculino o privilégio de se declarar primeiro, pois o sexo feminino é considerado frágil, porém isso muda em muitas produções nos últimos anos e nós mulheres, às vezes tomamos a rédeas da situação.
Hora de correr atrás do prejuízo. Eis que a confirmação de paixão recíproca veio, e veio como um ótimo presente. Em começo de noite na volta para casa com sua mãe, Yae, que estava feliz com as felicitações de mais um ano vivido.
Abre “Para um ponto muito importante mostrado na série, o papel da mãe solteira, uma progenitora, que poderia não ter como lhe dar presentes caros, mas fazia o mais importante em uma sociedade dominada pelo sexo masculino, trabalhar para criar a filha sem a presença de um pai, na sociedade japonesa, para ambas terem pelo menos o necessário para viver.”
Durante o percurso para casa, em uma das rodovias, Yae ganhou o que passou a ser considerado um dos melhores presentes em sua juventude. O garoto de quem gostava estava parado a beira do caminho a espera de vê-la, para lhe dar uma resposta, ele aguentou firme o frio, mesmo embaixo de uma chuva de neve.
E a garota entendeu o recado, pediu pra mãe parar, pois seu coração avisou que aquela era a hora certa, a hora de dar a primeira chance ao seu coração de aprender a amar.
Nunca um gosto culinário foi tão importante, mas convenhamos que é uma forma muito fofa e deliciosa de dizer que gosta de alguém. Então, o romance inocente colegial começou, e fica notório como o coração pode te fazer mudar de várias maneiras, entretanto, tem alguns hábitos que não mudam facilmente, como o vício de Harumichi de fumar.
Esse habito não incomodou Yae, ela até via de uma forma romântica, porque seu namorado dizia que os beijos dele tinham sabor de cigarro. Aceitar os defeitos do seu parceiro ou parceira faz parte de gostar e ninguém é perfeito.
Manias, jeitos de vestir ou fisionomia, não são importantes quando se ama, o que Yae e Harumichi já estavam sentindo era amor. Compartilhado das formas mais simples e fofas seus sentimentos em seus encontros, ir ao cinema, tomar sorvete, fazer papel de bobo em público, quem nunca se apaixonou não sabe o que é isso.
Encenar partes de filmes românticos, o deles em questão, foi nada mais nada menos que “Titanic”, sem contar na leitura como estudo de inglês de Yae, que leu o romance clássico britano-americano “Orgulho de preconceito” de Jane Austen.
É comum na maioria dos romances asiáticos não ter beijos e amassos, o que não faltou nesse, só não teve tantos entre o casal principal, o que não foi um problema, seus momentos juntos eram cheios de magia, como notar que a probabilidade de duas pessoas estarem em sintonia era rara, compartilhar como os esquilos são muito importantes para o reflorestamento, ao se precaver guardando nozes para o inverno, esquecem onde as guardam e no futuro elas brotam.
Fazer um baú do tesouro com suas melhores lembranças juntos e enterrar debaixo de uma árvore, conhecer o pai da moça, que é uma das coisas mais difíceis na vida de um garoto. Beijos não faltaram assim como uma primeira noite de amor, afinal os corpos clamam quando há desejo. Mas certeza que Namiki se lembrou do primeiro aviso dado por sua sogra, para não engravidar sua filha.
Vamos para a parte do drama onde a realidade é representada e começa nos fazer sofrer. Quando se está feliz, tudo que quer é que o tempo congele e tudo fique como um mar de rosas. Todavia, ambas as partes têm sonhos e objetivos a seguir, ainda que queiram viver juntos essas realizações, construir esse futuro um ao lado do outro nem sempre é fácil.
Yae teve que ir para uma cidade maior para morar sozinha e estudar para faculdade, enquanto Harumichi, foi para o exército para estudar a serviço do país e proteger os cidadãos nas forças aéreas do Japão. Não era o que ele sonhava, mas foi motivado a se inscrever para estar ao lado de Yae.
Suas rotinas de vida mudaram, a comunicação era pouca, mas o amor só crescia, a cada ligação para ouvir como estava o trabalho ou só ouvir a voz do outro. Meses se passaram onde ambos seguiam batalhando em lugares diferentes, conhecendo pessoas e fazendo novas amizades, contudo, na esperança de um reencontro.
Um novo ambiente e muito tempo sem se ver, traz muitas mudanças na personalidade e na fisionomia. Yae estava mais bonita aos olhos de seu namorado, enquanto o que ela mais sentia eram saudades, e somente achou um pouco estranho ele estar com menos cabelos. Nas forças aéreas, o corte devia seguir o regulamento, e antes o garoto tinha cabelo grande que chegava cair sobre os olhos.
Um encontro emocionante, onde colocariam muito tempo de conversa em dia, todavia, não foi bem assim. A vida na cidade grande trouxe novas adaptações, diferente do interior, agora Yae visitava e conhecia lugares sofisticados, pois precisou se adaptar a novos costumes, tendo que trabalhar em vário restaurantes para pagar as contas, o que é muito comum na Ásia.
Os jovens saem de casa cedo para trabalhar e garantir melhorias financeiras para investir em suas formações e futuras profissões. Não é que os valores ensinados no quartel fossem diferentes, mas o ambiente e a convivência com outras personalidades eram menores.
A felicidade do primeiro momento junto depois de tanto tempo separado durou pouco. Harumichi ficou um pouco incomodado com o restaurante em que estava, não tinha costume de estar em lugares tão chiques e assim como no passado não se sentia merecedor de uma garota igual a Yae.
O sentimento de inferioridade voltou a aparecer ao ver que ela estava acostumada a esse ambiente é só piorou, quando por coincidência, novos amigos de sua namorada vão até eles os cumprimentar e acabam se sentando juntos. Yae não se importava muito com os assuntos em geral que falavam na mesa, ela tinha algo mais preocupante na cabeça.
Antes da chegada de seu namorado, ela havia descoberto que foi aceita no intercâmbio de seus sonhos, para o qual estudou muito, e não conseguiu dar essa notícia por telefone, esperou para um momento olho no olho, que acabou sendo estragado com a chegadas estranhos.
A saudade e ansiedade de Harumichi se tornaram mais fortes em todo esse tempo, ainda mais que sua amada morava sozinha e muito longe dele. Yae não estava focada na conversa entre os colegas na mesa, que no início foi até bem, pois eles falavam o quanto ela comentava sobre seu namorado que estava distante e que não via a hora de revê-lo.
Contudo, a situação mudou, quando um colega fez comentário desnecessário sobre a profissão de seu namorado, que o fez sair do local por um instante para o velho hábito de fumar. Nesse momento, a chegada do amigo de Yae fez Harumichi perder o chão e a própria confiança em si, descobriu por um estranho que a namorada iria para outro país estudar.
Não é que ele não confiasse nela, só foi golpeado pela decepção de não ter ouvido dela em primeira mão a notícia. Estudar longe não era o problema, na verdade, foi o ciúme que o cegou de repente e ele não conseguiu raciocinar para dar a ela o direito de explicar e saiu correndo a deixando para trás.
E aí, querem saber o desfecho dessa história? Pois vamos seguir adiante que o sofrimento acabou de começar.
Mesmo decepcionada por seu namorado não ter compreendido que ela não tinha culpa da situação em questão, Yae correu na direção dele na esperança que o mesmo entenderia, pois após terem esperado tanto tempo, um pelo outro, não tinham mais um namoro qualquer ou uma paixão de colegial.
Eles se amavam verdadeiramente. Harumichi ofegante e viajando em lembranças e pensamentos, após deixar a amada para trás, viu que estava errado e deu meia volta ao encontro dela. E foi então que o prega peças da vida, dá aquele bloqueio no destino e faz um desvio de rota. Quando ambos corriam na direção um do outro, um trágico acidente aconteceu com Yae, que teve traumatismo e amnésia, apagando.
Depois desse fatídico incidente, o jovem se sentiu culpado por ter deixado sua namorada e por isso ela foi atropelada na rua. Tentando consertar tudo e sem entender a frieza das ações de sua amada ao vê-lo sem reconhecer, diz que vai cuidar dela. Contudo, a mãe da garota também o culpa de alguma forma e pede para se afastar dela, já que o próprio destino a fez, eliminando tudo que viveram da noite para o dia.
Diante de uma situação sem solução, onde o único apelo que se poderia fazer era pela fé no que acreditavam, em deuses, o próprio destino ou o amor que estava forte enraizado em seus corações, com a força do primeiro amor. Seguiram seus caminhos separados, a interrupção em suas vidas juntos também interferiu em seus sonhos.
Harumichi passou por problemas na aviação que o deixou com traumas, enquanto para Yae lhe faltavam memórias, Harumichi era perturbado pelas suas por não poder esquecer e assim anos se passaram. Devo alertar que esse drama viaja entre o passado e presente; por isso, devem ficar atentos na mistura dos personagens na adolescência e já adultos.
Como nos dramas asiático sempre tem aquele toque da medicina para dar aquele abalo nos corações, esse veio em dose dupla. O casal, agora separados e traumatizados, fazem tratamento. Yae visita com frequência o Dr. Yokihito, e como está, como podemos dizer, com a fita memorial limpa, seu coração segue adiante em seu direito de se apaixonar novamente e começa a ficar balançado pelo médico.
Logo em seguida, ela se casa com o doutor e têm um filho. Só que, mesmo tentando fazer tudo dar certo, Yae sofre com as divergências que acontecem relacionadas às suas famílias, fazem com que sua vida de casada acabe.
Entre problemas familiares, a tutela do filho era umas deles, enquanto muito pequeno a criança pode ficar a seu lado, mas depois de certo período teve que abdicar de seus direitos maternos para um melhor futuro para ele. Se contentando em somente vê-lo algumas vezes e passar um curto tempo juntos mais, o suficiente para não desfazer o grande laço mãe e filho.
Yae batalhadora como sempre, tirou carteira de motorista e se tornou taxista. Levava uma vida simples como sempre, morou um tempo com sua mãe, mas depois foi morar sozinha em um apartamento perto do aeroporto, não sabia por que motivo, ganhava energia todas as manhãs ao acordar com o som pelo pouso ou decolagem de um avião.
Sua cabeça havia esquecido, mas seu coração sabia que tinha algo guardado nele que a qualquer momento, como o acender de luz, ela poderia se lembrar.
Harumichi precisou de apoio psicológico após pedir licença da aviação e voltar a trabalhar em terra firme. Suas consultas se tornaram muito benéficas e além de um alívio para os seus pensamentos e traumas. Conseguiu uma amiga que mais a frente se tornou encontros amorosos, ambos se tornaram pacientes um do outro, pois o tratamento de traumas foram recíprocos.
Médico são humanos, curam doenças, mas não podem ser os que diagnosticam ou receitam sua própria cura. Ao fim do tratamento psicológico, a Dr. Tsunemi, saiu do posto de médica para o de noiva.
Tragédias, choro, dor, consolo, esperança, amor, paixão e felicidade, tudo isso vem para os viventes, seja na realidade ou na ficção. Na verdade, as produções de romances de finais felizes para sempre, sejam nacionais ou internacionais é um refúgio que os internautas, leitores e telespectadores, encontram para fugir da realidade.
Não é que momentos felizes não aconteçam na vida real, é que a felicidade é momentânea e nem sempre dura muito tempo. Mas assim como não há felicidade eterna, não há mal que sempre dure. Essa história terá, sim, seu final feliz, apesar de tantos contratempos, o próprio tempo faz surgir a oportunidade de construir um novo caminho para o futuro, mesmo às vezes tendo que utilizar mão de obra e ferramentas do passado.
Vamos voltar à jornada amorosa de Harumichi e Yae, que mesmo com intervenções em suas linhas do tempo juntos, tiveram uma segunda chance de se encontrar após muitas curvas feitas pela caneta da vida.
Na verdade, Namiki que nunca desistiu de seu primeiro amor, vem na esperança de revê-la como tantas outras vezes que tentou. A parte apagada da memória de Yae como se tivesse sido escrita a lápis, começou a surgir reescrita com um novo pincel e tinta fresca.
Tsuzuru filho é parte da vida de Yae, adicionado nas curvas dadas pelo destino que tentava acalmar seu coração, por ter tirado parte de sua memória. Por ironia desse mesmo destino, essa semente de outro jardim, é quem traz para perto de sua mãe uma felicidade tão desejada que a anos estava presa.
Com o destino parecido com o da mulher que lhe deu à luz, Tsuzuru, se vê em uma situação complicada, tem um futuro traçado não por vontade própria, mas sim por influência da família de seu pai, que já aposta em sua carreira como médico, seguindo a linhagem paterna. Entretanto, o garoto é apaixonado por música e aprende a compor, por ser apaixonado por uma dançarina que segue nas redes sociais.
O que isso tem de semelhante a sua mãe? No passado, quando tinha exatamente sua idade, ela se apaixonou por alguém que por um tempo também só admirou de longe e mesmo que ela não se lembre de terem ficado um breve tempo juntos, seu coração pulsa e lembra. Por isso, ao notar que seu filho está vivendo seu primeiro amor, o incentiva a usar as oportunidades que tiver para ficar perto de quem gosta.
A jovem Uta, sempre faz vídeos dançando em frente a locais públicos ou privados, busca seu sucesso como dançarina, começando pelas redes sociais, onde seu fã número 1 é Tsuzuru, que passou a ir aos locais para vê-la pessoalmente. Nem todos os lugares e horário que a garota escolhia eram tranquilos, ela às vezes era convidada a se retirar e em um desses locais tinham a vigilância de guardas que por coincidência se chamava Harumichi.
Em uma de suas apresentações noturnas, que geralmente não tinha plateia, foi no plantão do soldado Harumi, que foi averiguar por ordem, mas também por respeito à persistência da garota que estava ali por amor à dança. Chegando no local, notou que não só a artista de rua estava ali, mas tinha um fã a assisti-la, só que ambos saíram assustados por serem pegos.
Harumichi alcançou o garoto, que entendeu não estar sendo perseguido e até conseguiu outra oportunidade de ver a menina dançar, pela promessa de ser avisado a próxima vez que ela viesse.
Por ser menor de idade, o jovem teve que ligar para sua mãe vir buscá-lo, pois era um dos dias que passava com ela, que abdicou desse prazer para vê-lo feliz ao assistir sua musa. Esse foi um dia inesperado não só para Tsuzuru, também para Harumichi. Realizou de um desejo que a tempos vinha buscando, encontrar Yae, que ele havia descoberto que era taxista, quando por acaso passou por ela em uma avenida e a reconheceu.
Após anos longe e agora adultos, Namiki com sua mesma persistência, passou dias escutando rádio-táxis para descobrir em qual ela trabalhava e por coincidência ou ironias do destino, eles ficaram frente a frente, quando ela foi buscar seu filho que estava aos cuidados dele.
A busca pelo amor do passado, pelo seu primeiro amor chegou ao fim. Harumichi reencontrou Yae, que agora é mãe e até onde ele sabe ela é casada. Sua bondade e benevolência com uma artista de dança de rua e um fã apaixonado, o levou ao seu primeiro e eterno amor.
O amor atuando, em uma pequena brecha que o destino resolve abrir
Ainda que no caminho que trilhou, outra pessoa tenha entrado em sua vida, não conseguindo ocupar o lugar que desde o início tinha dona em seu coração. Todavia, além do fato de ser noivo, seu amor do passado ter um filho e ele achar que ela ainda é casada, e não saber que sua amada agora era divorciada, tinha o mesmo fator que os separou anos atrás, Yae não se lembrava dele.
Mas mesmo sabendo de todos os empecilhos sendo comprometido, ignora o aviso do cérebro que diz ser errado e segue o coração. Agora reconquistando lentamente com pequenos detalhes e gostos já conhecidos do passado e reaproveitados, Harumichi tem a vantagem da memória intacta, com a história de amor antes iniciada e paralisada.
Para Harumichi Namiki é dar continuidade com as vantagens que tem, mas para Yae é um novo começo. Mesmo tendo sede de felicidade e nesses anos vividos, ela seguido adiante, sem saber quais foram seus desejos e planos passados, tentou ser feliz com o que tinha.
Contudo, chegou um momento que mesmo no esquecimento sua mente não quis seguir adiante mentindo pra si mesma, não poderia mentir e fingir amor, nem se enganar por mais tempo, resultando em seu divórcio e estando só, até conhecer Harumichi novamente.
Parecia errado estar apaixonada, sendo que já havia sido casada, mesmo sendo um cara que curiosamente a entendesse, ela sabia e sentia que ele era comprometido, mesmo dando esperanças que se tornavam falsas. Yae não sabia que o homem por quem ela está apaixonada, é o que esteve guardado em seu coração há muito tempo e só precisa ser lembrado.
Harumichi mais uma vez entrou no coração de sua amada, ou melhor, despertou o amor adormecido que esperava por ele. Mas, novamente se perdeu em sua covardia e fez alguns obstáculos se tornarem maiores que sua força de vontade de ficar ao lado dela. Recebeu uma nova declaração de amor, todavia, mesmo agora livre de qualquer compromisso, foi embora julgando ser para o bem de todos. (foto dele com a mala)

E as mas escolhas do passado, continua a atuar os impedindo de amar no presente
O passado é um baú de lembranças boas e ruins, que fazem viajar para algo já vivido. Antes de partir, Namiki fazia as malas e como é um costume se deixar lembranças para quem fica, Tsuzuru, seu mais jovem amigo e amante de música, escolheu um antigo aparelho discman, que continham canções dos tempos de sua mãe mais jovem.
Mal sabia ele, que as melodias contidas ali, se tornariam o despertar de um longo sono. O amor do garoto pela música e apoio materno que o encorajava, fez a felicidade já vivida por sua mãe ser lembrada. Ao lado de seu filho, Yae se afasta para longe, a sombra que cobria a luz em seu coração, que a fazia esquecer de algo muito importante: “Harumichi Namiki”.

Assim como nosso cérebro, nosso corpo também tem memórias. Namiki não conseguiu despertar com ações copiadas do passado, como a comida favorita, hábitos de sobrevivência ou o amor por admirar as estrelas. Uma canção marcante foi a passagem que Yae precisava para a viagem mais esperada de sua vida ao fundo de seu coração, para reaver o que o tempo lhe tomou a força.

Em uma mistura de memórias e o presente, Harumichi estava entre todas elas, em seu corpo, sua mente e seu coração. Ela não sabe o porquê de ter esquecido algo tão importante, contudo, agora sabia que não devia deixar passar a oportunidade de realizar todos os desejos contidos dentro de si.
Não poderia mais esperar para realizá-los mesmo sendo “Com Sabor amargo de Cigarro”. Já era hora de fazer as malas também, e ir em busca de seus objetivos, realizações e claro, seu primeiro e único amor. Yae partiu em busca de Harumichi em seu voo rumo à felicidade e seu final feliz.
Bom, meus amado, obrigado por terem chegado até aqui, devo dizer que nove páginas é um conteúdo bem extenso, mas não coloquei nem metade do que a série mostra. Recomendo que assistam, não vão se arrepender e pra quem é sensível, prepare o lenço porque a trilha sonora é maravilhosa. Beijo de seu pacote de amor! Veja também.
Trilha sonora: Marcada pela cantora “Hikaru Utada”
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