A web série Estranho Jeito de Amar tem se destacado como uma produção independente que vai além do entretenimento, abordando temas profundos e necessários, especialmente dentro da comunidade LGBTQIA+. Em uma entrevista exclusiva com Rodrigo Tardelli e Allan Ralph, os protagonistas e mentores por trás da série, pudemos mergulhar nas camadas dessa narrativa complexa, que explora relacionamentos abusivos, traumas e a busca por identidade e respeito.
A Origem da Série e os Desafios da Produção Independente
Rodrigo Tardelli, que interpreta Gael e também é produtor e diretor da série, compartilhou que a ideia surgiu de um monólogo que ele gravou. A partir disso, a história evoluiu para uma narrativa rica e cheia de nuances. A produção independente, no entanto, trouxe desafios significativos. Sem patrocínios ou grandes apoios financeiros a equipe precisou se desdobrar em múltiplas funções para trazer a série à vida.
“A gente vive num país que se a gente não se movimentar, as coisas não vão funcionar”, reflete Rodrigo. Ele destacou a importância de assumir diferentes papéis, desde a atuação, direção e até produção, para garantir que o projeto saísse do papel. Apesar das dificuldades, ele enfatiza que a experiência foi enriquecedora e essencial para o crescimento artístico de todos envolvidos.
Gael e Noah: Personagens Complexos e Humanos
A série gira em torno de Gael e Noa, dois personagens que representam lados opostos de um relacionamento abusivo. Gael, interpretado por Rodrigo, é um homem controlador e aparentemente seguro, mas que carrega profundas inseguranças e traumas de infância. Já Noah, vivido por Alan, é um jovem ingênuo que, aos poucos, descobre a toxicidade do relacionamento e busca se libertar.
Alan, que também é terapeuta, trouxe uma perspectiva única para o personagem. Ele destacou que tanto Gael quanto Noah são seres humanos complexos, capazes de atitudes boas e ruins, dependendo das circunstâncias. “Ninguém pode dizer que é incapaz de matar uma pessoa. Na circunstância correta, você mata”, reflete Alan, destacando a importância de entender os personagens além de rótulos simplistas como “vítima ” e”vilão “.
A Importância de Conscientizar sobre Relacionamentos Abusivos
Um dos principais objetivos de Estranho Jeito de Amar é conscientizar o público sobre relacionamentos abusivos, especialmente dentro da comunidade LGBTQIA+. Rodrigo e Alan enfatizaram que a série não busca romantizar a toxicidade, mas sim mostrar como esses relacionamentos podem ser sutis e destrutivos.
“A gente não tá levando pra tela violência doméstica explícita, mas falta pouco para um Gael da vida real entrar nesse comportamento”, alerta Alan. Ele destacou que muitos espectadores, ao se identificarem com os personagens, podem refletir sobre seus próprios relacionamentos e comportamentos.
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Rodrigo complementa: “A série serve como um espelho da realidade. Onde em você existe um Gael? Onde em você existe um Noah? É aí que você consegue mudar comportamentos opressores que talvez nem perceba que está perpetuando.”
A Recepção do Público e as Expectativas para a Segunda Temporada
A primeira temporada de Estranho Jeito de Amar foi recebida com entusiasmo e reflexão pelo público. A série viralizou em plataformas como o YouTube, onde está disponível, e gerou discussões importantes sobre relacionamentos abusivos e a representação LGBTQIA+ na mídia.
No entanto, os criadores notaram que alguns espectadores ainda romantizam a relação entre Gael e Noa, desejando um “final feliz” para o casal. “O foco da série não é só o casal. O casal é um instrumento para algo muito maior”, explica Rodrigo. Ele espera que, com o desenvolvimento da segunda temporada, o público entenda melhor a mensagem central da série.
A segunda temporada, que estreia em abril, promete aprofundar ainda mais as histórias dos personagens e trazer cenas ainda mais impactantes. “Tem muita coisa para acontecer nessa série, muita história para contar”, adianta Rodrigo.
O Impacto da Série na Comunidade LGBTQIA+
Estranho Jeito de Amar não é apenas uma série; é um veículo de informação e conscientização. Alan, que também é terapeuta, destacou a importância de trazer temas como relacionamentos abusivos e masculinidade tóxica para a discussão pública. “A gente vive numa sociedade que condiciona a gente dentro de um estruturalismo que é real. A série serve para ser o espelho da sua realidade”, afirma.
Rodrigo e Alan esperam que a série inspire outras produções a abordarem temas relevantes e necessários, especialmente dentro da comunidade LGBTQIA+. “A gente tá aqui para quebrar normas e trazer representações que faltam na mídia”, diz Rodrigo.
Convidamos Você a Assistir e Refletir Estranho Jeito de Amar
Se você ainda não assistiu a Estranho Jeito de Amar, essa é a sua chance de mergulhar em uma história que vai muito além do entretenimento. A série está disponível no canal Bera Play no YouTube, com seis episódios já lançados (quatro da primeira temporada e dois do especial). A segunda temporada chega em abril, e promete trazer ainda mais profundidade e reflexão.
Acompanhe também Rodrigo Tardelli e Alan nas redes sociais para ficar por dentro das novidades e apoiar essa produção independente que está fazendo a diferença. Compartilhe a série, comente e ajude a espalhar essa mensagem importante.
Estranho Jeito de Amar é mais do que uma série; é um convite para refletir, conscientizar e transformar. Não perca essa oportunidade de assistir a uma produção que está mudando vidas e abrindo caminhos para discussões essenciais. Assista, compartilhe e faça parte dessa jornada!